domingo, 2 de setembro de 2012

Duarte Marques e os "mini-jobs": Mais precariedade ou uma grande confusão?


A proposta veio de Duarte Marques. O líder do PSD dos pequeninos (eu também me incluo na faixa etária por isso sinto-me no direito de gozar), veio fazer mais uma das suas propostas rocambolescas. O presidente da JSD veio propor a criação de mini-jobs para universitários e desempregados.

Seria, à primeira vista, uma opção interessante, não tivesse Duarte Marques apresentado esta proposta com nove anos de atraso. Sim, este modelo do “mini-job” já é aplicado na Alemanha desde 2003. Como se tem saída? Não muito bem, parece. O “mini-job” cada vez mais é considerado uma forma de precariedade onde (na Alemanha) se ganha 400 € por mês. Ou seja, o “mini-jobber” acaba por ser uma dádiva para o empregador que paga consideravelmente menos por hora do que a um trabalhador normal. Concorrendo em desigualdade, o trabalhador regular verá o seu salário diminuído. Isto se não se quiser converter noutro “mini-jobber”. É mais um capítulo da corrida à precariedade laboral. Qual é o resultado disto (e de outras políticas salariais) na toda-poderosa Alemanha? Desigualdades sociais.

Agora exportemos este modelo para Portugal? Ficam algumas perguntas. Qual seria a remuneração? Poderiam os trabalhadores descontar para a Segurança Social? (na Alemanha descontam qualquer coisa como 3 euros (!) por ano de trabalho) Qual seria a carga horária?

Claro que estes mini-jobs dariam uma grande ajuda política. Com o desemprego a roçar o pico dos 16%, nada como uns trabalhitos (ou em bom português “biscates” legais) para diminuir este número que assombra a popularidade do governo. E depois há outro “nonsense”. Duarte Marques diz querer implementar os “biscates legais”, como forma de por um travão na economia paralela. Sucede que estes “trabalhos” não terão o peso da “carga burocrática e fiscal”. Não é isto que sucede com a economia paralela? Um dos grandes males desta não é não contribuir (directamente) para a economia? É esta a geração com futuro prometida? (ver imagem) Estou confuso, Duarte.

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