quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Extradição: Assange vs Pinochet





Agora, mais do que nunca, Assange revelou-se um perseguido político. Se havia ainda quem tivesse dúvidas, essas foram sendo desfeitas. Todas as incongruências que envolvem o caso da alegada violação que Assange perpetrou são difusas.


Sabe-se que a polícia britânica está à porta da embaixada equatoriana e diz-se que há a possibilidade de Assange ser “raptado”, para ser prontamente extraditado para a Suécia. É verdade que os suecos tem leis de extradição mais facilitadas para países fora da Europa. Mas isso seria um contra-senso. Diz o Guardian: Swedish law permits extradition more generally to countries outside Europe, although the process is subject to safeguards, including a ban on extradition for "political offences" or where the suspect has reason to fear persecution on account of their membership of a social group or political beliefs. Isto é um resumo do que o espera nos EUA.


Não nos podemos é esquecer de que “raptos” a procurados pelo governo norte-americano, feitos em territórios fora dos EUA já é algo recorrente. Aliás, se isso ainda não aconteceu em Portugal, pode vir a acontecer. Pelo menos, já passaram por cá disse-nos a…Wikileaks. O mesmo pode acontecer a Assange e a dúvida é: estará já a acontecer?




Para finalizar uma ressalva. É importante relembrar o caso de Pinochet. Aí as autoridades britânicas foram mais “contidas. (Now the British High Court has ruled that a former Head of State has ‘sovereign immunity’, no matter the nature of the acts s/he committed. Yet Pinochet was not Head of State when most of his crimes were committed: he was the traitor general who usurped power by force. The British Government meanwhile has been excessively cautious, fearing that the General’s arrest threatens to destabilise democracy in Chile). Isto apesar de acabarem por fazer justiça. Mas afina Pinochet era culpado da morte de milhares de compatriotas. E Assange? Assange, que se saiba, não matou ninguém. Mas chateou muitos mais. Por isso é perseguido politicamente.

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